Tempos de carroças e carros-pipa

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Os cidadãos da cidade de Várzea Alegre, no Sul do Ceará, se encontram diante de um grande desafio, talvez um dos maiores desde 1998.
A inauguração do açude Olho D’água, construído entre os anos de 1993 e 1997, gestão do então prefeito Pedro Sátiro, foi inaugurado em 1998. Atualmente o reservatório é reconhecido por lei com o nome de Açude Deputado Luiz Otacílio Correia, um dos grandes defensores de sua construção.
Bem, esse açude trouxe para Várzea Alegre um novo tempo, no qual foram aposentados as carroças e os carros-pipa já que foi construída também uma adutora para garantir o abastecimento de água da cidade.
As chuvas de 2004 fizeram o reservatório, na época com 21.000.000m³ sangrar, fato que se repetiu no ano de 2006. O açude, devido ao assoreamento, perdeu em capacidade de armazenamento de água 2.000.00m³, estando com capacidade para reservar 19.000.000m³.
Os 5 anos seguidos de seca penalizaram as reservas hídricas do açude. Hoje, suas reservas estão com pouco mais de 4.000.000m³, ou cerca de 22% de sua capacidade de armazenar água.
Pelos estudos dos órgãos competentes, se economizar, dará para chegar a julho de 2018 com a cidade sendo abastecida. Mas, a situação é preocupante, já que em 2018, as chuvas poderão ter o mesmo volume de 2017, que não representou recarga satisfatória para o açude. O fato é que já são estudados planos de redução do consumo para garantir água nas torneiras até fevereiro de 2019, quando se espera que as chuvas de duas quadras invernosas garantam recarga das reservas hídricas do açude. Mas, para chegar lá, os moradores de Várzea Alegre terão que diminuir consumo.
Várzea Alegre tem atualmente uma população de 45.255 habitantes, dados estimados pelo Censo do IBGE de 2016. Na cidade são cerca de 10 unidades consumidoras de água gerenciadas pela Cagece. Além desse consumo, de cerca de 129 litros por habitante, há os constantes desperdícios com a tubulação de rede distribuição. Todos esses fatos devem ser analisados e erros e falhas devem ser corrigidos a fim de que a cidade não volte aos tempos das carroças e carros-pipa e das filas para pegar água.
Marcos Filho