Na última sexta, 11 de novembro, na constante pesquisa por conteúdos de marketing e mídia, no portal UOL, li a entrevista de Felipe Simi, que é sócio-fundador e CCO da SOKO.
Ele é um dos 3 executivos indicados ao Prêmio Caboré deste ano na categoria Dirigente da Indústria da Comunicação, conforme a Newsletter Marketing e Mídia.
Felipe Simi é abordado sobre inovação na comunicação, criatividade e como a SOKO ganhou projeção nacional, responsável por contas desejadas, atendendo marcas de porte como Audi, Unilever, Heinz, Spotify e Guaraná Antarctica.
Ele observa a ligação existente e dissociável entre publicidade e consumo, e que existe um ponto que devemos focar.
A publicidade e o marketing estudam o comportamento dos consumidores e envidam esforços criativos para promover produtos e serviços, de forma a despertar neles desejo, interesse, satisfação, solução.
Quando direciona o olhar para a realidade do país, há uma dicotomia clara entre despertar esse desejo e a capacidade de consumo de grande fatia do mercado consumidor nacional. “Muitas vezes, entretanto, a gente tem que olhar o cenário do Brasil real, onde a intenção de consumo cresce e o poder de consumo cai. Nos últimos 3 anos aconteceu isso. Temos 60% da população com dívidas e inflação em alta. Uma hora, a bolha vai explodir”, disse.
Felipe Simi escreve que “Criamos desejos, mas não somos capazes de criar acesso”.
Eis um grande desafio que vai além, muito além do marketing e da publicidade. É o país garantir à população condições de acesso ao consumo. Claro que a desigualdade sempre existirá, mas é necessário que mais gente tenha condições de consumir mais e melhor.
Para isso é necessário maior poder de compra da massa assalariada, trabalhadora… investimento em infraestrutura e incentivo às empresas, criação de condições de trabalho dignas, políticas públicas que colaborem para amainar o fosso social histórico entre os que mais têm e os que ficam com quase nada. Muitos por falta de acesso às melhores oportunidades.
É improducente gerar desejo de consumo para quem não pode consumir. É como plantar sementes de excelente qualidade em terra seca. É colocar a capacidade criativa em ação, colhendo admiração, prêmios e não realizar os sonhos e desejos de consumo das pessoas.
Esse olhar para o Brasil real tem muita sensibilidade.